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Severino renuncia e diz que sua queda é vitória de "elitezinha que não larga o osso"

22/9/2005


Severino renuncia e diz que sua queda é vitória de "elitezinha que não larga o osso"

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti afirmou ontem que uma "elitezinha" tentou derrubá-lo do cargo.

 

Severino discursou no plenário da Casa antes de anunciar sua esperada renúncia. Em suas declarações, o deputado relembrou sua infância, sua carreira política até a presidência e afirmou que vai voltar à Câmara. "Voltarei. O povo me absolverá", disse ele, como fecho do discurso. No instante em que Severino encerrava sua fala, foi ouvido um grito que partiu das galerias "Vai embora, Severino."

Logo que assumiu a presidência da Câmara, o vice-presidente da Casa, José Thomaz Nonô, mandou evacuar as galerias, por considerar impróprio o comportamento de um grupo de estudantes. Houve confusão e os seguranças da Câmara tiveram que tirar os manifestantes à força.

Severino Cavalcanti, acusado de receber propina para renovar a licença de um restaurante que funciona na Câmara, justificou a renúncia como sua única saída, porque já sabia ser condenado de antemão. "Minha culpabilidade foi declarada, sem apelação, antes das provas e mesmo, do processo e minha condenação veio antes de qualquer sentença: veio pela imprensa, veio pela voz de alguns poucos".

Severino repetiu que as acusações contra ele são inconsistentes, falsas e mentirosas e que vai comprovar isso nos tribunais. "Resistirei, jamais fui acusado de nada, nenhuma denúncia, não vou, portanto, agora, curvar-me à pressão dos poderosos."- garantiu.

No discurso, Severino lembrou sua origem humilde e citou trecho da obra de escritor Euclides da Cunha segundo a qual o "sertanejo é antes de tudo um forte". Severino disse que só pôde concluir o primeiro grau porque precisava trabalhar e ajudar na educação das quatro irmãs e lembrou que foi para São Paulo, onde conseguiu se estabelecer como um próspero comerciante.

 

Severino disse que deixa a Câmara como político endividado e que não tem aposentadoria, porque sacou o saldo de sua contribuição previdenciária na Câmara para pagar dívidas de campanha. "Deixo a Câmara como entrei" - discursou.

Publicada a renúncia de Severino Cavalcanti, a Câmara terá prazo de cinco sessões para marcar nova eleição para a escolha do presidente da Casa.


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