Migalhas Quentes

Governadores reagem contra mudança

As negociações que envolve a Reforma da Previdência

11/7/2003

 

Governadores reagem contra mudança

O recuo do governo na reforma da Previdência, com a negociação para manter a aposentadoria integral dos servidores, criou entre os governadores um clima de mal-estar e desconfiança com relação aos compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Estamos sem saber qual foi o compromisso realmente assumido pelo governo ou quais são aquelas manifestações e pressões naturais do Parlamento", desabafou o governador de Minas, Aécio Neves.

Segundo Aécio, os governadores estão abertos à novas propostas. "Mas elas não podem ser tomadas unilateralmente, sob o risco de rompermos com aquilo de mais importante que construímos, que foi a confiança entre o governo federal e os governos estaduais", afirmou. "Se houver prejuízo aos Estados, é preciso que haja uma compensação."

Também contrariados, os governadores de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, e da Bahia, Paulo Souto, criticaram o recuo do governo. "Somos absolutamente contrários a mudanças que alterem a estrutura básica do texto da reforma", disse Jarbas em nota à imprensa. "As mudanças ferem coisas essenciais e prejudicam muito a reforma", concordou Souto.

Questionado sobre a manutenção da aposentadoria integral, o governador do Paraná, Roberto Requião, disse: "Em princípio, eu não concordo com aposentadoria diferenciada". Já o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, disse: "Não se pode mexer na estrutura e na essência da proposta original".

Mesmo sendo mais cauteloso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin , advertiu para os riscos de mudar os pontos básicos do texto da reforma. "A justiça social e a garantia do pagamento dos benefícios são grandes objetivos que não podem ser abandonados", afirmou Alckmin.

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, prometeu ouvir os governadores antes de fechar as mudanças na proposta de reforma previdenciária. "Qualquer negociação e acordo com relação à reforma da Previdência só será feita pela governo após consulta e anuência dos governadores e governadoras", afirmou o ministro, destacando que esta é a determinação do presidente e a informação oficial do governo", anunciou.

O líder do PT na Câmara, deputado Nelson Pellegrino, demonstrou discordância em relação à opinião de Dirceu. Segundo ele, cabe ao Congresso, e não aos governadores, alterar o texto da reforma previdenciária. Pellegrino defende ainda que as mudanças no texto da reforma, como quer o Judiciário, reduzem a pressão dos servidores e agregam apoio da base aliada e da oposição, além de diminuir as divergências dentro do PT.

O presidente deve se pronunciar sobre o assunto ao retornar, na próxima semana, de sua viagem à Europa.






Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Aos gritos, promotor chama advogado de “safado, pilantra, bosta e frouxo”

25/4/2024

MP/SP arquiva caso de abuso de autoridade de policial contra advogado

25/4/2024

STJ aplica honorários por equidade em execução fiscal

25/4/2024

Cão Joca: Legislativo e ministério da Justiça se posicionam sobre caso

25/4/2024

Promotor que chamou advogado de “bosta” é alvo de reclamação no CNMP

25/4/2024

Artigos Mais Lidos

Do “super” cônjuge ao “mini” cônjuge: A sucessão do cônjuge e do companheiro no anteprojeto do Código Civil

25/4/2024

Domicílio judicial eletrônico

25/4/2024

Pejotização: A estratégia que pode custar caro

25/4/2024

Transação tributária e o novo programa litígio zero 2024 da RFB

25/4/2024

Burnout, afastamento INSS: É possível?

26/4/2024