Migalhas Quentes

Direito ao esquecimento não permite apagar fatos ou reescrever a própria história

Homem que queria retirar de sites de busca notícias sobre ação criminal teve pedido negado por juiz.

1/3/2018

O juiz de Direito Guilherme Ferreira da Cruz, da 45ª vara Cível Central de SP, julgou improcedente ação movida por um homem que pedia a retirada, de sites de busca, de resultados que associam seu nome a um processo criminal. O autor alegou ter direito ao esquecimento, já que não havia sido punido na ação.

O homem foi condenado, em processo criminal, a dois anos e quatro meses por crimes contra o sistema financeiro nacional. Porém, o TRF da 2ª região reconheceu, em seu favor, a prescrição retroativa do caso, e o réu ficou livre dos efeitos da condenação.

Entretanto, apesar disso, várias notícias que associam o nome do homem ao processo criminal continuaram sendo apresentadas como resultados de pesquisa em sites de busca.

Ao ingressar na Justiça, o homem pleiteou a retirada dos resultados dos mecanismos de busca, sob alegação de que as informações poderiam induzir o leitor a conclusões equivocadas sobre sua reputação. O autor também afirmou que a prescrição de sua punibilidade no caso criminal permite a ele o direito ao esquecimento.

Ao julgar o caso, o juiz de Direito Guilherme Ferreira da Cruz afirmou que o direito ao esquecimento não atribui a ninguém o direito de apagar fatos ou reescrever a própria história. Ele também ressaltou entendimento do STJ sobre o tema, segundo o qual a filtragem do conteúdo das pesquisas feitas por usuários não constituiu atividade intrínseca ao serviço prestado pelos provedores de pesquisa.

Em razão disso, o magistrado julgou improcedente a ação e negou o pedido de retirada dos resultados feito pelo autor.

"O ato de apenas localizar aludidos verdadeiros relatos na web, registre-se, passa longe de algum uso abusivo ou incorreto dessas informações."

Confira a íntegra da sentença.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Direito ao esquecimento permite ocultar links em pesquisa, mas não retirar notícia do ar

15/1/2018
Migalhas Quentes

Google deve impedir busca de sites que associam fotos de modelo a prostituição

8/11/2017
Migalhas de Peso

Direito ao esquecimento e a dignidade da pessoa humana

20/6/2017
Migalhas de Peso

O que pode ser esquecido?

12/6/2017
Migalhas Quentes

Google não precisa remover resultados relacionados a investigador citado em chacina

20/9/2016
Migalhas de Peso

Direito ao esquecimento, síndrome da tutela e vilanização da internet

29/4/2016
Migalhas Quentes

STJ reúne julgados sobre a questão do direito ao esquecimento

21/10/2013

Notícias Mais Lidas

Aos gritos, promotor chama advogado de “safado, pilantra, bosta e frouxo”

25/4/2024

MP/SP arquiva caso de abuso de autoridade de policial contra advogado

25/4/2024

Cão Joca: Legislativo e ministério da Justiça se posicionam sobre caso

25/4/2024

Promotor que chamou advogado de “bosta” é alvo de reclamação no CNMP

25/4/2024

Vencedor em ação não pagará taxa judiciária no cumprimento de sentença

25/4/2024

Artigos Mais Lidos

Burnout, afastamento INSS: É possível?

26/4/2024

PIS e Cofins em locações: A incidência depende do objeto social da empresa?

25/4/2024

Upcycling, second hand e o dia mundial da propriedade intelectual em 2024

26/4/2024

Reforma tributária e imposto sobre herança: Mudanças e estratégias de planejamento sucessório

25/4/2024

O Plano de Contratações Anual na lei Federal 14.133/21

25/4/2024