Migalhas Quentes

Para o TJ/RS é ilegal o cancelamento de apólice de seguro a partir de documento assinado em branco

x

18/7/2006

 

TJ/RS

 

Ilegal o cancelamento de apólice de seguro a partir de documento assinado em branco

 

A 5ª Câmara Cível do TJ/RS confirmou o direito de beneficiários de apólice receberem o valor contratado por segurado que faleceu exatamente um dia depois do término da vigência do contrato. Citibank Corretora de Seguros S/A e Chubb do Brasil Cia. de Seguros foram condenados a pagar R$ 340 mil, devidamente corrigidos, por indicativo de que a solicitação do cliente requerendo o cancelamento foi colhida de forma ilegal, tendo ocorrido simultaneamente à formalização da proposta do seguro, mediante assinatura de documento em branco.

 

O relator do processo advertiu para a gravidade do fato, que dá margem à prática de fraude. “Pois possibilita ao possuidor do documento que, tomando ciência do sinistro, preencha aquele com data pretérita ao evento danoso, a fim de se escusar do cumprimento do contrato”, alertou o Desembargador Umberto Guaspari Sudbrack. No caso em questão, o cliente faleceu em 1° de março de 2001 e o contrato venceu no dia anterior, em 28 de fevereiro.

 

“Há prova irrefutável de que as assinaturas constantes na proposta de seguro e no pedido de cancelamento são contemporâneas”, assinalou o magistrado. “Isso quer dizer que, quando da assinatura da proposta de contratação do seguro de vida, em 5/12/00, o falecido também já deixou assinado o pedido de cancelamento da apólice.”

 

Perícia concluiu que as assinaturas foram lançadas na mesma oportunidade e funcionário da Citibank Corretora à época do fato relatou que o documento de cancelamento do seguro estava arquivado. Disse que a anulação decorreu de pedido efetuado por terceira pessoa, por telefone.

 

“Não há dúvida, portanto, que a corretora detinha, desde a assinatura da proposta de seguro, o pedido de cancelamento da apólice, em branco, a ser preenchido, porém já devidamente assinado pelo segurado”, concluiu o julgador. “Entendo que a referida conduta, além de temerária, revela-se ilegal, não podendo ser chancelada pelo Poder Judiciário.”

 

A sessão de julgamento foi realizada em 12/7, com a participação do Desembargador Leo Lima e da Juíza-Convocada ao TJ Agathe Elsa Schmidt da Silva, que votaram de acordo com o relator.

 

Proc. 700133302799.

 

________________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Aos gritos, promotor chama advogado de “safado, pilantra, bosta e frouxo”

25/4/2024

MP/BA cumpre mandados em escritórios acusados de litigância predatória

24/4/2024

STJ: Demora em fila de banco além de prazo legal não gera dano moral

24/4/2024

MP/SP arquiva caso de abuso de autoridade de policial contra advogado

25/4/2024

STJ aplica honorários por equidade em execução fiscal

25/4/2024

Artigos Mais Lidos

Do “super” cônjuge ao “mini” cônjuge: A sucessão do cônjuge e do companheiro no anteprojeto do Código Civil

25/4/2024

Domicílio judicial eletrônico

25/4/2024

Pejotização: A estratégia que pode custar caro

25/4/2024

Transação tributária e o novo programa litígio zero 2024 da RFB

25/4/2024

As câmaras reservadas em direito empresarial do TJ/SP: Um caso de sucesso

24/4/2024