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Vaga na Suprema Corte dos EUA abre guerra política; Biden promete nomear mulher negra se eleito

Presidente dos Estados Unidos anunciou que pretende indicar outra mulher para o cargo ainda nesta semana.

21/9/2020

Após morte da magistrada progressista Ruth Bader Ginsburg na última sexta-feira, 18, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que tem a intenção de preencher rapidamente a vaga aberta na Suprema Corte.

Além de atrair críticas dos democratas —  que lembraram que, em 2016, no governo Barack Obama, a maioria republicana no Senado bloqueou a votação de um novo nome em ano eleitoral —,  duas senadoras republicanas já se posicionaram contra a escolha antes das eleições, em novembro.

Neste domingo, o candidato democrata Joe Biden reforçou o coro e pediu aos republicanos que não votassem em nenhum candidato indicado pelo presidente, prometendo nomear uma mulher negra para a vaga se eleito. "Os eleitores deste país devem ser ouvidos. São eles que, conforme a Constituição prevê, devem decidir quem tem o poder de fazer esta nomeação", disse, em ato de campanha.

Cenário

Até agora, a maioria conservadora na Suprema Corte era de cinco votos, contra quatro. Mas o atual presidente do Tribunal, o conservador John Roberts, indicado por George W. Bush, tem atuado como ponte entre os dois lados, ora votando com os progressistas, em temas de direitos civis, ora com os conservadores, em temas econômicos.

Se Trump indicar mais um juiz, ficará consolidada maioria de seis conservadores contra três progressistas, sem que o voto intermediário de Roberts faça diferença em questões como o aborto e o direito de minorias.

Mais cedo, a senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca, se posicionou contra a nomeação, um dia depois de Susan Collins, senadora republicana do Maine, ter se manifestado contra a tentativa de Trump de acelerar o processo. Para a confirmação de um possível indicado pelo presidente são necessários 51 votos. Atualmente, os republicanos têm a maioria de 53 senadores.

Situação semelhante

Em fevereiro de 2016, após o falecimento do conservador Scalia, colega de Ginsburg, o então líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, bloqueou a votação do indicado de Obama à Corte, Merrick Garland.

Na última sexta-feira, no entanto, pouco após a morte da juíza, McConnell deixou claro que fará o possível para ocupar o posto com um indicado por Trump com rapidez.

No sábado, em um comício em Fayetteville, na Carolina do Norte, o presidente Donald Trump prometeu indicar outra mulher para o cargo ainda esta semana, citando os nomes de Amy Coney Barrett e Barbara Lagoa como possíveis candidatas para preencher a vaga.  Lagoa, ex-juíza cubano americana da Suprema Corte da Flórida, e Barrett, uma católica conservadora, foram indicadas por Trump para Tribunais Federais de apelação.

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