Migalhas Quentes

Homenagem

Professor escreve sobre Caio Mário da Silva Pereira

29/1/2004

 

Brasil perde Caio Mário da Silva Pereira

 

 

Por Luiz Edson Fachin, professor titular de Direito Civil da UFPR

 

Faleceu no Rio de Janeiro o professor Caio Mário da Silva Pereira. A notícia enche de pesar a comunidade jurídica brasileira. À dor da família se associa o pesar do mundo jurídico que se vê tolhido de seu maior civilista. Em especial, o IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), que sempre o homenageou com inteira justiça, deixa de ter presente um grande incentivador e timoneiro.

 

Tivemos a oportunidade de conviver em preciosas oportunidades com o professor Caio Mário, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, e em uma de suas últimas vindas ao Paraná; aqui, em nossa Capital, ladeado pelo Desembargador Telmo Cherem, também seu grande admirador, o professor Caio Mário fez memorável conferência no auditório da Reitoria da UFPR, marcada pela lucidez, erudição e humildade.

 

Nos últimos anos, acompanhamos seu posicionamento crítico e construtivo em relação ao novo Código Civil brasileiro, e seguimos os passos de sua filha, a professora doutora Tânia da Silva Pereira, nas lições que haurimos de seu saudoso pai e mestre.

 

Caio Mário, o jurista, o professor e o advogado, era Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, e da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Foi examinador de teses para Concursos, Consultor de nomeada, Conferencista brilhante e o grande autor de Anteprojeto de Código de Obrigações, com aproximadamente 50 obras publicadas.

 

Ao completar seus noventa anos, recebeu bela homenagem nas palavras da dra. Sofia Miranda Rabelo, recordando que o saudoso mestre vivia desde 1970 no Rio de Janeiro, vindo de Minas, e suas palavras que subscrevemos por inteiro: “Quem nos dera poder agradecer a este homem, um verdadeiro mito para os operadores do Direito, o que ele fez para o crescimento e orgulho do país, deixando uma memória que permanecerá eternamente. E pensar que Caio Mario atribuiu a Tito Fulgêncio, em ocasião do centenário de seu nascimento estas palavras: Poucos são os homens, que nesta passagem terrena, conseguem encher a sua própria geração. E raros, muito raros, os que vencem as coordenadas de sua vida mesma, impondo-se no tempo e no espaço, para ultrapassarem a sua própria duração. Realmente, o mineiro, jurista, professor, mestre e advogado Caio Mario da Silva Pereira conseguiu ultrapassar o seu tempo.”

 

O Brasil está mais intelectualmente mais pobre com a perda de Caio Mário. Que a sua lembrança e sua sabedoria vertida especialmente nas Instituições continue a iluminar a todos nós.

 

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