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Associações de magistrados apoiam juíza do Caso Henry: "intimidação"

Magistrada e defesa discutiram diversas vezes em audiência. OAB emitiu nota em apoio aos advogados. Agora, entidades saem em defesa da juíza.

19/6/2022

A AMB - Associação dos Magistrados Brasileiros e a Amaerj - Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro emitiram nota de apoio à juíza de Direito Elizabeth Machado Louro, da 2ª vara Criminal do TJ/RJ, que conduz as audiências do caso Henry Borel.

Segundo as entidades, é “inaceitável que tentativas de intimidação violem a ordem de condução da audiência pela magistrada”.

Associações de magistrado emitem nota de apoio à juíza do caso Henry.(Imagem: Brunno Dantas/TJRJ)

A nota (íntegra abaixo) foi divulga após mais um agastamento entre a magistrada e advogados do dr. Jairinho. Ela pediu que a defesa se sentasse, o que não foi atendido pelos advogados.

Assista:

Advocacia

Em seguida, a OAB emitiu nota de repúdio e pediu apuração da conduta da juíza, por "desarrazoada afronta à advocacia".

Magistratura

A nota foi assinada pelas presidentes das associações, Renata Gil (AMB) e Eunice Haddad (Amaerj).

“A AMB e a AMAERJ confiam na observância pelas partes das regras de boa convivência e, sobretudo, das normas legais, para que o processo tenha o seu curso normal, permitindo que a magistrada execute sua missão constitucional.”

Outros episódios

Não foi a primeira vez em que juíza e advogados se desentenderam nas audiências do Caso Henry. No início do mês, a juíza disse que colocaria o advogado para fora do plenário se continuasse a interrompê-la.

No ano passado, a magistrada disse que o advogado não poderia ficar gritando na audiência, e que ele deveria tomar Rivotril.

Caso Henry

O menino Henry Borel, de 4 anos, chegou morto a um hospital no RJ em março de 2021 com hemorragias e edemas pelo corpo. O ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, padrasto do garoto, e a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do menino, são julgados pela morte.

As investigações indicaram que dr. Jairinho agredia o menino com chutes e golpes na cabeça e chegaram a falar em tortura. Segundo a polícia, a mãe do garoto sabia das agressões. O MP concluiu que os dois foram responsáveis por homicídio duplamente qualificado.

Desafio

Nesta sexta-feira, 17, circulou um vídeo no qual a juíza falou das dificuldades de julgar o caso. Ela disse que vê o menino Henry em seu neto de três anos e chora, e que é um desafio não chorar na audiência.

Assista:

Leia a íntegra da nota das associações:

Nota pública

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) vêm a público manifestar apoio à juíza Elizabeth Machado Louro, cujo trabalho, em 25 anos de exercício profissional, sempre foi pautado pela observância aos marcos normativos e aos ritos processuais.

É inaceitável que tentativas de intimidação violem a ordem de condução da audiência pela magistrada, o que, inclusive macula o princípio do devido processo legal.

A AMB e a AMAERJ confiam na observância pelas partes das regras de boa convivência e, sobretudo, das normas legais, para que o processo tenha o seu curso normal, permitindo que a magistrada execute sua missão constitucional.

Renata Gil - Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)

Eunice Haddad - Presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ)

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