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Moro pede suspeição de juiz e incompetência do STF para julgá-lo

Rodrigo Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, acusa, desde 2017, Sergio Moro e Deltan Dallagnol de extorsão.

29/3/2023

Nesta semana, o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, prestou novo depoimento reafirmando o que acusa desde 2017. Ele aponta que Sergio Moro e Deltan Dallagnol estariamo envolvidos em extorsão que ele teria sofrido.

O juiz do caso, Eduardo Appio, da 13ª vara Criminal de Curitiba/PR, antiga vara de Moro, encaminhou a notícia-crime ao STF, em razão de suposto foro por prerrogativa de função dos parlamentares envolvidos.

Diante desta decisão, Sergio Moro peticionou apontando que há pedido de suspeição do MPF quanto à atuação do magistrado. Assim, requer que seja analisado esse pedido, alegando que os atos processuais do juiz são "extravagantes" e que a acusação é "fantasiosa".

Sergio Moro ainda pede pela incompetência do STF para julgar as acusações.

Segundo o senador, a suposta extorsão não teria sido praticada no exercício do mandato parlamentar e, portanto, o STF não teria competência sobre crimes praticados por juízes e procuradores.

Moro ressalta que prefere, e pretende, ser processado e julgado durante seu mandato de senador perante um juiz de primeira instância, "desde que imparcial".

Sergio Moro pede para ser julgado por juiz de primeiro grau "imparcial".(Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress)

Entenda

O advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a Odebrecht e foi apontado pela força-tarefa da Lava Jato como operador financeiro da construtora em esquemas de corrupção, virou pivô de acusações (que já existem desde 2017) contra o senador Sergio Moro e o deputado Deltan Dallagnol, que podem colocá-los na mira da PF. 

Rodrigo Tacla Duran vive há anos na Espanha. Ele foi interrogado nesta segunda-feira, 27, por videoconferência, pelo juiz Federal Eduardo Appio, da 13ª vara Criminal de Curitiba/PR, a antiga vara de Moro, onde são julgados processos da Lava Jato.

Por determinação do juiz, Tacla Duran, que a pedido de Moro foi colocado na lista de foragidos da Interpol no auge da Lava Jato, agora está no programa de proteção a testemunhas, caso volte ao Brasil.

O depoente, no papel dele, defendeu-se apontando parcialidade por parte do ex-juiz e do ex-procurador, e disse que "os subterfúgios processuais utilizados até agora para que eu não fosse ouvido são diversos".

"As autoridades que passaram pelo processo pensavam que eu estava apostando na estratégia da prescrição, que eu não queria me defender. Não, nunca foi isso, jamais. Eu só estava esperando ter um juízo transparente", disse.

"O que estava acontecendo não era um processo normal, era um bullying processual, onde me fizeram ser processado pelo mesmo fato em cinco países por uma simples questão de vingança, por eu não ter aceito ser extorquido."

O advogado defende-se atacando ao afirmar que sofreu tentativas de extorsão na Lava Jato, em troca de facilidades para clientes, e que passou a ser "perseguido" por não compactuar com o que chamou de uma "prática comercial corriqueira".

Ele também apresentou à Justiça fotos e uma inaudível gravação que comprovaria a versão. Ele implicou o advogado Carlos Zucolotto Junior, sócio da deputada Rosângela Moro e amigo próximo do senador, e o empresário Fábio Aguayo na suposta tentativa de extorsão.

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