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Anuário de segurança pública: Brasil tem recorde de crimes sexuais

Foram registrados 74.930 estupros em 2022, mas de 205 por dia.

20/7/2023

O Brasil registrou em 2022 o maior número de estupros e estupro de vulnerável da história, com 74.930 vítimas. O número representa uma explosão nos casos de violência sexual, e é o maior número já medido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública desde 2011. Os dados constam do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, documento divulgado nesta quinta-feira, 20, pelo Fórum.

O dado mostra um aumento de 8,2% em relação ao ano de 2021, e corresponde aos casos que foram notificados às autoridades policiais, ou seja, representam apenas uma fração do problema.

(Imagem: Arte Migalhas)

Os números aqui apresentados consideram os casos de estupro, que somaram 18.110 vítimas em 2022, e os casos de estupro de vulnerável, com um total de 56.820 vítimas, incremento de 8,6%.

Isto significa dizer que 24,2% das vítimas eram homens e mulheres com mais de 14 anos, e que 75,8% eram incapazes de consentir, fosse pela idade (menores de 14 anos), ou por qualquer outro motivo (deficiência, enfermidade etc.).

(Imagem: Arte Migalhas)

A pesquisa ainda revelou que as vítimas negras (pretas e pardas) foram a maior parte em praticamente todas as idades, principalmente na faixa etária dos 11 aos 14 anos, em que representam aproximadamente 59% do total. 

Subnotificação

O relatório destaca a questão da subnotificação, e que o número pode representar bem menos do que a quantidade real de crimes desse tipo. Uma das hipóteses para o crescimento percebido no gráfico é que estamos diante de um aumento das notificações, já que as vítimas estão mais informadas e empoderadas.

"É inegável o efeito de campanhas como a #PrimeiroAssédio, promovida pela organização Think Olga, que viralizou nas redes sociais em 2015 e resultou em mais de 82 mil compartilhamentos em apenas cinco dias."

No entanto, este argumento precisa ser relativizado quando verificamos o perfil das vítimas. No Brasil, a maioria das vítimas são vulneráveis, com idades entre 0 e 13 anos. "Ou seja, ainda que estas crianças e adolescentes estejam mais informadas sobre o que é o abuso, é difícil crer na hipótese do empoderamento como única explicação para o fenômeno."

Estudos sugerem que o fechamento das escolas em função da pandemia pode ter ampliado a vulnerabilidade das crianças.

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