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Dino abre prazo para partes se manifestarem sobre privatização de cemitérios em SP

Nota técnica do Nupec revela preocupações com a aplicação dos preços e os impactos na população.

1/2/2025

O ministro Flávio Dino, do STF, concedeu prazo de 15 dias úteis para que os envolvidos no processo de privatização de cemitérios em São Paulo se manifestem sobre a nota técnica do Nupec - Núcleo de Processos Estruturais Complexos. 

De acordo com o Nupec, apesar da relativa estabilidade nos preços praticados pelas concessionárias, há um número considerável de casos em que os valores não são aplicados corretamente, prejudicando a população.

O Núcleo ressalta a relevância constitucional da controvérsia, que envolve a possibilidade de o município restringir o exercício das atividades funerárias, considerando os princípios constitucionais da ordem econômica. Essa questão ainda não foi analisada pelo Plenário do STF sob a sistemática da repercussão geral.

Em seu despacho, o ministro destacou que a controvérsia transcende a questão financeira, que pode afetar o acesso a um direito fundamental, e abrange o impacto de um sofrimento adicional causado por cobranças abusivas ou regras obscuras que dificultam as decisões da família enlutada.

Para o ministro, não se trata de um serviço público comum, mas de uma atividade que ocorre em um momento delicado, quando a família precisa organizar o sepultamento em poucas horas.

Documento analisa os impactos da privatização de cemitérios em SP.(Imagem: Freepik)

Dino enfatizou que serviços públicos ligados à vida e à morte possuem relevância constitucional, indo além de questões meramente mercadológicas. “É espantoso que não se constate a dimensão constitucional do tema, tentando reduzi-lo a um ‘negócio’ ou a uma mera questão contratual”, afirmou.

No dia 27, o ministro solicitou ao Nupec uma nota técnica para avaliar a variação dos preços de serviços funerários e cemiteriais em São Paulo, comparando os períodos pré e pós-privatização.

O PCdoB, autor da ação, questiona a legalidade de duas leis municipais que transferiram a administração desses serviços para a iniciativa privada. Entre os argumentos, o partido alega que a privatização resultou em uma “exploração comercial desenfreada”.

Confira aqui a decisão.

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