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Juíza aponta falta de acolhimento a jovem morto por leoa em João Pessoa

Magistrada afirmou que jovem não recebeu o acolhimento psiquiátrico determinado por ela e apontou omissões do poder público no caso.

2/12/2025

A morte de Gerson de Melo Machado, 19, após invadir o recinto de uma leoa no Parque Arruda Câmara, em João Pessoa, trouxe à tona falhas no atendimento público destinado a pessoas em sofrimento psíquico. Esse foi o entendimento da juíza Conceição Marsicano, da 2ª vara de Garantias, que em entrevista à CBN afirmou que determinou tratamento especializado para o jovem, mas que o acolhimento “não aconteceu da forma devida”.

Gerson, conhecido como “Vaqueirinho”, morreu no domingo, 30, depois de escalar estruturas, ultrapassar grades e acessar a área interna onde o animal estava. Vídeos mostram que ele chegou a se aproximar da leoa, que logo o atacou. O jovem foi sepultado na tarde desta segunda-feira, 1º, acompanhado por familiares e assistentes sociais que já o acompanhavam.

Juíza Conceição Marsicano havia determinado atendimento psiquiátrico para Gerson Melo Machado.(Imagem: Reprodução/YouTube)

Segundo a magistrada, Gerson havia sido diagnosticado com transtornos mentais e tinha histórico de múltiplas passagens pelo sistema de Justiça. Quando o caso chegou à sua análise, ele estava detido no Presídio do Róger sem ter passado por avaliação psicossocial adequada.

Após determinar a realização de exames e obter parecer técnico, a juíza ordenou sua saída do presídio e encaminhamento ao CAPS AD, onde deveria receber cuidado especializado em caráter excepcional, medida que, segundo ela, não foi efetivamente executada.

A magistrada relatou ter acionado as secretarias de saúde estadual e municipal diante da aparente omissão no caso e mencionou dificuldades estruturais, como a falta de informações sobre vagas disponíveis em unidades terapêuticas. “Ele precisava ir para outra fase do tratamento, mas o acolhimento não ocorreu”, afirmou.

Consequências

A prefeitura de João Pessoa informou que Gerson teria agido de forma rápida e surpreendente ao acessar o recinto, apesar da tentativa de intervenção das equipes de segurança. Laudo preliminar da Polícia Civil aponta possível ação voluntária, a ser confirmada pela investigação.

Sobre a leoa Leona, que atacou o jovem, o município informou que ela está sendo monitorada, permanece saudável e não será sacrificada. O parque segue fechado para visitação até a conclusão dos procedimentos oficiais. A gestão municipal afirma que o equipamento segue todas as normas técnicas de segurança.

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