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Gazeta do Povo - Deputado estadual paga funcionários de motel com dinheiro dos cofres públicos

O Jornal Gazeta do Povo trouxe em algumas edições de abril uma denúncia envolvendo um deputado estadual do Paraná. O assunto que repercute em todo o estado diz respeito ao mau uso do dinheiro público. O deputado citado é acusado de utilizar de dinheiro público para pagar funcionários de motel.

4/5/2009


Acusações

Gazeta do Povo - Deputado estadual paga funcionários de motel com dinheiro dos cofres públicos


O Jornal Gazeta do Povo trouxe em algumas edições de abril uma denúncia envolvendo um deputado estadual do Paraná. O deputado citado é acusado de utilizar dinheiro público para pagar funcionários de motel.

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"Vou ter de demitir os empregados do motel?", perguntou o deputado estadual

Celso Nascimento

A vontade que dá é considerar que foi apenas uma brincadeira o que disse um deputado, ontem, durante reunião prévia à sessão plenária para tratar da votação dos projetos que instituem medidas de transparência na Assembleia Legislativa. Ao ouvir a explanação sobre as limitações que serão impostas à contratação de funcionários para seus gabinetes, um parlamentar quis resposta para uma de suas dúvidas:

– Então, nesse caso, vou ter de demitir os empregados do meu motel?

Dizem as (numerosas e estupefatas) testemunhas que ouviram a estafúrdia pergunta que o deputado falava sério. Difícil de acreditar. Mas, em sendo assim, tem-se litros de razões para lamentar ou para acrescentar no arquivo de piadas.

De qualquer modo, a revelação é útil para duas coisas. A primeira delas para confirmar o mau uso que tal deputado e possivelmente muitos de seus companheiros fazem do suado dinheirinho que o contribuinte destina para o sustento da Assembleia. O que é uma amostra triste também do nível de algumas pessoas que o povo pôs lá dentro.

E, segundo, para ter esperanças de que, se a Assembleia não vai virar um convento de uma hora para outra, pelo menos alguns desses abusos poderão ser contidos a partir da implantação do acesso público às contas da Casa e de seus deputados. Não é pouca coisa, considerando-se o que se viu (ou principalmente do que não se viu!) na história da Assembleia.

As leis são feitas para ser violadas, dizem os cínicos. Por isso, não se espere que a partir de agora os comportamentos se tornem irrepreensivelmente republicanos em nossa, digamos, Casa de Leis. Sempre vão achar um jeitinho de burlar um dispositivo ou outro dos tantos que compõem os projetos de resolução. Não é nem impossível, se não houver rigorosa fiscalização, que funcionários pagos pela Assembleia continuem trabalhando em algum motel de deputado por aí.

Mas que vai ficar mais difícil, isso vai. A obrigação de se discriminar as despesas e de identificar com CNPJ e CPF os beneficiários (empresas ou pessoas) dos pagamentos feitos pelos parlamentares com verbas de ressarcimento vai fazê-los pensar duas vezes antes de cometer uma irregularidade. Afinal, tais dados estarão disponíveis no Portal da Transparência com fácil acesso pela internet por qualquer cidadão – que pode ser jornalista.



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Sentida ausência

O deputado Luiz Fernandes Litro, normalmente assíduo no plenário, não foi visto na Assembleia nos últimos dois dias. Sua ausência causou estranheza entre seus pares, que, no entanto, se recusam a admitir que o desaparecimento tenha a ver com a notícia de que um parlamentar estava preocupado em ter de demitir empregados de seus motéis que ganhavam salários da Assembleia.



 





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