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Senado presta homenagem a Euclides da Cunha, o escritor que ´descobriu o Brasil que os brasileiros não conheciam´

O Senado Federal prestou na tarde de ontem, 18/8, homenagem a Euclides da Cunha, o escritor que retratou no livro Os Sertões o massacre de Canudos, no sertão da Bahia. O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB/AC), autor do requerimento da homenagem pelos cem anos da morte de Euclides da Cunha, disse que ele deve ser homenageado não só por ter revelado "o Brasil atormentado, sofrido, desconhecido e à margem da história aos brasileiros de sua geração", mas também por ter chefiado a missão que fixou os limites entre o Brasil e o Peru.

19/8/2009


Homenagem

Senado presta homenagem a Euclides da Cunha, o escritor que 'descobriu o Brasil que os brasileiros não conheciam'

O Senado Federal prestou na tarde de ontem, 18/8, homenagem a Euclides da Cunha, o escritor que retratou no livro Os Sertões o massacre de Canudos, no sertão da Bahia. O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB/AC), autor do requerimento da homenagem pelos cem anos da morte de Euclides da Cunha, disse que ele deve ser homenageado não só por ter revelado "o Brasil atormentado, sofrido, desconhecido e à margem da história aos brasileiros de sua geração", mas também por ter chefiado a missão que fixou os limites entre o Brasil e o Peru.

"Euclides da Cunha descobriu o Brasil que os brasileiros não conheciam e nem tinham ouvido falar" - afirmou Mesquita Júnior.

O senador Marconi Perillo (PSDB/GO), que presidiu parte da homenagem, lembrou que Euclides da Cunha sintetizou em Os Sertões "a luta do camponês nordestino pela sobrevivência, frente à extrema hostilidade do meio e ao descaso mais absoluto dos governantes da época".

O senador Arthur Virgílio (PSDB/AM) observou que o escritor morreu quando mal começara a escrever o livro Um Paraíso Perdido, que trataria da Amazônia, onde ele passou algum tempo de sua vida. Ele assinalou que Euclides da Cunha manifestava "forte preocupação ambiental" e disse acreditar que, se tivesse terminado sua obra, com certeza ela "alcançaria a mesma grandiosidade de Os Sertões".

Fluminense de Cantagalo, o escritor passou a infância e a adolescência em fazendas e cidades do Rio de Janeiro. Em 1855, ingressou na Escola Politécnica do Rio, de onde saiu no ano seguinte para entrar na Escola Militar. Lá, foi excluído em 1888 por ter jogado deliberadamente ao chão a arma que deveria apresentar à passagem do ministro da Guerra, seguindo depois para São Paulo, onde passou a escrever contra a monarquia, lembrou o senador Marconi Perillo.

Proclamada a República, foi reintegrado à carreira militar e bacharelou-se em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Em 1895, disposto a dedicar-se ao estudo dos problemas brasileiros, abandonou definitivamente a carreira militar e transferiu-se para São Paulo, onde passou a escrever para o jornal O Estado de S. Paulo. Logo se revelou profundo conhecedor do conflito de Canudos e da geografia do sertão baiano, sendo convidado para cobrir o movimento como correspondente do jornal, instalando-se nas proximidades da área onde Antônio Conselheiro lutava por seu povo. Por retratar fielmente a luta do sertanejo nordestino por dias melhores, Euclides da Cunha foi eleito em 1903 para a Academia Brasileira de Letras e aclamado para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Foi então nomeado pelo Barão do Rio Branco para chefiar a Comissão de Reconhecimento do Alto Purus, no Amazonas, por onde viajou durante o ano de 1905. Sua experiência na região deu origem a extenso relatório, elaborado entre 1906 e 1908. Além de Os Sertões, escreveu Contrastes e Confrontos e Peru versus Bolívia. Ele morreu em um trágico crime passional em 15 de agosto de 1909 - tentou matar um jovem tenente amante de sua mulher, mas ele reagiu e matou o escritor a tiros, no Rio de Janeiro.

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