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Evolução da comunicação e sua importância

As telecomunicações deram um salto imprevisível nas comunicações, considerando fundamentalmente a globalização.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Atualizado às 08:16

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

A comunicação é o elo propulsor, instrumento de integração e de instrução que vincula o hoje com o amanhã, interagindo sobre todos os segmentos e todas as pessoas da comunidade, daí sua importância em todo o mundo. Em tempos remotos, os meios de comunicação eram sustentados no papiro, nos pergaminhos, depois nos livros, no jornal, nas revistas e nas cartas que migraram para o mundo digital; o correio, o telégrafo, a máquina de escrever; apareceram posteriormente, já no século XX, seguido do rádio, do telefone, e já neste século, XXI, a televisão, a internet com outros recursos, que aproximaram ainda mais os povos de todo o mundo. A origem da modernização e dos novos inventos situam-se nas tecnologias, responsáveis pelo aperfeiçoamento dos sistemas, proporcionando substanciais mudanças na difusão dos conhecimentos em todo o planeta. O homem sentiu maior impacto dos meios de comunicação, com a Tecnologia da Informação e a inteligência artificial, repercutindo tais avanços em todos os setores da sociedade. Alguns dos meios de comunicação acima enumerados passaram por significativa evolução aportando nos celulares, no smartphone, no computador, possibilitando a comunicação em massa, do século XX e XXI.

As telecomunicações deram um salto imprevisível nas comunicações, considerando fundamentalmente a globalização. As distâncias diminuíram e os fatos que acontecem agora são do conhecimento público quase no mesmo momento. As pessoas usam a maior parte do seu tempo para acessar às redes sociais, para ver televisão ou ouvir, na rádio preferida, os programas esportivos, noticiários, músicas, etc. Tornamos dependentes desta conectividade e sua ausência certamente provoca abalo muito grande na nossa vida. A comunicação serviu, inicialmente, somente para comunicar, substituindo as cartas, o correio, o telégrafo; depois, prestou-se para propagar a informação, conhecimento, entretenimento. A ascendência é tamanha que não conseguimos avaliar como viver sem o interfone, sem a internet ou sem as redes sociais. 

A microeletrônica e o chip proporcionaram a linguagem dos computadores, daí aparecendo a internet, que possibilitou salto gigantesco na comunicação humana. Seguiram-se as evoluções tecnológicas que permitiram a conquista do espaço e seus efeitos subsidiários, consistentes nos satélites de comunicações que se tornaram um "plus", como resultado dessas aventuras do homem. Na sequência surge a digitalização da voz, das imagens dos dados, que viabiliza a transformação de tudo isso em bits. A fibra ótica é o avanço mais atual destes inventos que facilitam a comunicação entre os homens. Na atualidade, os celulares tornaram-se um dos meios mais utilizado em todo o mundo; neles, além da comunicação, há o armazenamento de dados e a transmissão de informações individuais e em massa, engrandecidos pela internet.  

A prestação de serviço com o uso da tecnologia proporciona atendimento mais rápido em todos os setores da comunidade, a exemplo das atividades governamentais, jurisdicionais e privadas. Quem imaginava a movimentação do dinheiro sem uso do cheque, a tramitação do processo sem os processos em papel, que estão caindo em desuso total. Ainda sobrevive o jornal impresso, mas muitos asseguram que seus dias estão contados, apesar de esta previsão ter falhado em tempos passados. Ao lado de toda importância da comunicação, surgem os inconvenientes, os resultados danosos ao próprio homem. A internet torna-se uma ferramenta que contribui para nossa formação, mas termina sendo uma arma para o mal. Daí originam-se as pornografias, a pedofilia, as notícias falsas e o crescimento da violência. A influência negativa, originada, por exemplo da mídia e das redes sociais, penetram na nossa intimidade e modificam nossos sentimentos, através de verdadeira lavagem cerebral. O poder de manipulação das informações e a condução de nossas vontades, impedindo até mesmo o exercício do raciocínio, causam a banalização da vontade humana e levam-nos ao consumo do que antes não desejávamos, havendo indevida ingerência nos desígnios do cidadão.

Calcula-se que, somente no Brasil, circulam diariamente em torno de 15 bilhões de e-mails, mas ainda assim grande parte da população sente dificuldades na manifestação por escrito. A correção deste problema, nos aplicativos, aparece com a troca de mensagem por voz. Esse número é acrescido com o total de 3,3 bilhões de endereços eletrônicos em todo o mundo, mas 75% deles são para uso de profissionais. A preocupação maior nas comunicações reside na conquista de segurança, meio fundamental para a credibilidade; deve-se trabalhar com o propósito de evitar falhas, propondo soluções e apresentando sempre meios para resolver os erros. Neste cenário, o invento mais pernicioso para a comunicação, induvidosamente, situa-se nas denominadas fake News, capaz de interferir em toda a comunidade. Na área política está sendo bastante dimensionado o desvio promovido pelas notícias falsas, capaz de elevar ou diminuir uma pessoa. O presidente da maior potência do mundo, Donald Trump, foi acusado de contar com o apoio da Rússia, que interferiu na política americana para diminuir a candidata, Hillary Clinton, e elevar o outro, que se tornou presidente em 2016. Também no Brasil continuam as apurações sobre a ingerência das notícias falsas na eleição do presidente Jair Bolsonaro. Tramita no Superior Tribunal Eleitoral processo sobre a atuação das redes sociais no desvio da vontade popular para a escolha do candidato na eleição de 2018.   

Apesar de todas estas transformações, não se verificou influência dos avanços tecnológicos para ao menos amortecer as diferenças sociais entre os homens que continuam, a cada tempo que passa, penalizando uns e agraciando a minoria da população. A verdadeira revolução promovida pelo efeito da tecnologia na comunicação não aportou nos menos favorecidos, que prosseguem sem acesso aos progressos da ciência e das necessidades mínimas para viver. Ademais, temos de entender que os meios de comunicação devem facilitar nossas vidas e o uso indevido ou excessivo pode ser responsável por transtornos na nossa existência.

Há bem pouco tempo, os operadores do direito trabalhavam com papeis e extrema burocracia. A legislação surgiu para a nova realidade e veio através da lei 12.965/2014, que trouxe princípios direitos e deveres sobre o uso da internet. O instrumento usado pelo operador do direito é a linguagem, meio disponível para convencer, atacar ou defender-se, escrever as petições, sentenças ou acórdãos; a demasiada técnica nas petições ou nas decisões judiciais pode constituir ingrediente prejudicial, capaz de dificultar o acesso do cidadão à Justiça. Certamente a linguagem empolada dificulta a comunicação entre o advogado e o cliente e entre o juiz e o jurisdicionado. A linguagem escorreita contribui para a maior acessibilidade do homem aos fóruns. A comunicação, através de internet, revirou o ramo do direito, no funcionamento do Judiciário. A consequência foi sentida desde a oitiva de testemunhas, das partes, alcançando também o intercâmbio de conhecimentos, ideias e experiências. Aos benefícios seguiram-se os malefícios, consistentes nos crimes cibernéticos. O Congresso Nacional deve à sociedade legislação aprimorada para punir os criminosos nesta área.

O peticionamento eletrônico, E-SAJ, tornou-se o campo de trabalho do operador do direito; as audiência on-line, ainda que em função da covid-19, permite o trabalho à distância. Essa realidade insere-se na nova Era Digital.

 

Antonio Pessoa Cardoso

VIP Antonio Pessoa Cardoso

É advogado do escritório Pessoa Cardoso Advogado

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