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OAB/SP lamenta morte de Abdias Nascimento

O presidente da OAB SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, lamentou nesta terça-feira (24/5) a morte, aos 97 anos de idade, de Abdias Nascimento.

25/5/2011


Falecimento

OAB/SP lamenta morte de Abdias Nascimento

O presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, lamentou ontem, 24, a morte, aos 97 anos de idade, de Abdias Nascimento. "O desaparecimento de Abdias Nascimento entristece a todos nós. Foi um lutador extraordinário contra o racismo e a intolerância, que deixou atrás de si uma história de vida exemplar como homem público, professor e artista, que sempre colocou seus ideais acima dos interesses pessoais. Lutou intensamente contra a discriminação racial no Brasil e recebeu em 2005 o maior prêmio de Direitos Humanos da OAB/SP – o Franz de Castro Holzwarth - como reconhecimento", afirmou D'Urso.

Para o presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB/SP, Eduardo Pereira da Silva, "a trajetória deste incansável combatente contra o preconceito racial vai ficar marcada para sempre como fonte de inspiração inesgotável a advogados e outros militantes da área de direitos humanos, além de ser um registro indelével na história do Brasil".

Nascido em 14/3/14, em Franca, interior paulista, Abdias Nascimento, filho de doceira e sapateiro formou-se contador pelo Ateneu Francano (1929), economista pela Universidade do Rio de Janeiro (1938) e sociologia no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (1956).

Na década de 30, lutou contra a discriminação racial no comércio. Em 1931, foi um dos fundadores da Frente Negra Brasileira. Participou das Revoluções de 1932 e 1934 e foi preso na década de 40 por participar de atos contra o racismo em SP.

Na prisão, o Carandiru, criou o Teatro do Sentenciado, embrião do Teatro Experimental do Negro (1944), e foi um dos organizadores da Convenção Nacional do Negro, que propôs à Constituinte de 1946 tipificar a discriminação racial como crime de lesa-pátria.

Dramaturgo, ator, escritor e diretor, Nascimento contracenou com Cacilda Becker em montagem de Othelo, de Shakespeare (1946), e publicou vários livros, como "Orixás", "Drama para Negros e Prólogo para Brancos", "Sortilégio", "O Negro Revoltado".

Ele também foi organizador do 1º Congresso do Negro Brasileiro, em 1950. Combateu o Estado Novo de Getúlio Vargas e a ditadura militar, exilando-se nos EUA em 1968.

Dez anos depois, voltou e participou da fundação do Movimento Negro Unificado e do PDT, e criou o Ipeafro - Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasilerios.

Na política, foi deputado Federal, senador, secretário de Defesa da Promoção das Populações Afro-Brasileiras do Rio de Janeiro. Propôs a criação de uma Comissão do Negro na Câmara e o Dia Nacional da Consciência Negra em 20/11.

Recebeu o Prêmio Franz de Castro Holzwarth de Direitos Humanos da OAB/SP 2005, além de muitas outras homenagens nacionais e internacionais, como da Unesco, da Universidade Internacional da Flórida, da presidência da República e do governo da África do Sul.

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