Migalhas Quentes

Contra rebaixamento, Portuguesa defende interpretação da lei

De acordo com a defesa do clube paulista, que terá recurso julgado nesta sexta-feira pelo STJD, não se defende uma ruptura com o juízo da legalidade, mas se aponta a necessidade de interpretação das leis, de cotejo entre os princípios.

27/12/2013

O STJD julga nesta sexta-feira, 27, a partir das 11h, recurso voluntário encaminhado pela Portuguesa à Corte Desportiva contra seu rebaixamento à Série B. A equipe foi punida com a perda de quatro pontos por escalar jogador irregular em partida válida pela última rodada do torneio. Com a decisão, o Fluminense se manteve na elite.

No documento, os advogados de defesa da Portuguesa, Felipe Legrazie Ezabella (Goffi Scartezzini Advogados Associados) e João Zanforlin Schablatura afirmam que os princípios que norteiam o Direito e o esporte devem, a todo tempo, ser objeto de análise e de cotejo em caso de conflito entre eles.

Conforme explicam os causídicos, os julgadores não enfrentaram a questão da legalidade ou ilegalidade das normas sobre o cumprimento da pena e do prazo processual do CBJD, em virtude da existência de norma superior e posterior. Segundo afirmam, o citado Código Desportivo é ilegal e ultrapassado na medida em que o Estatuto do Torcedor é lei Federal (10.671/03) hierarquicamente superior e posterior e prevê que as decisões do STJD só terão validade depois de publicadas no site da CBF.

Além de reafirmar que a atuação do atleta não teve influência no resultado final da partida, os advogados salientam que a própria CBF emitiu documento oficial dando condição de jogo ao atleta, o que sequer foi mencionado na sessão de julgamento em que o time paulista foi punido. Felipe Legrazie Ezabella e João Zanforlin Schablatura classificam como "lamentável" tal omissão.

De acordo com o recurso, os julgadores compareceram à sessão com a convicção formada, tendo o relator inclusive apresentado voto pronto e redigido. Segundo os causídicos, é natural que em alguns julgamentos, ainda mais midiáticos, os auditores tenham entendimento feito, mas fere os "basilares princípios de direito os julgadores virem à sessão de 1ª instância, onde ainda não foi feita a defesa e nem produzida a prova, com suas decisões prontas". "O voto foi produzido apenas com base na denúncia, sem a oitiva da defesa!", afirmam.

Na defesa da aplicação dos princípios desportivos, os causídicos aduzem ser necessária análise em caso de conflito entre princípios do Direito. "Não está aqui se defendendo uma ruptura com o juízo da legalidade, que também é um dos princípios, mas se apontando a necessidade de interpretação das leis, de cotejo entre os princípios", asseveram.

Confira a íntegra do recurso.

_____________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas de Peso

O caso Portuguesa x Fluminense: um desafio à sociedade brasileira

26/12/2013
Migalhas Quentes

Portuguesa recorre contra punição e novo julgamento será em 27/12

17/12/2013
Migalhas Quentes

STJD julga Portuguesa por escalar jogador irregular no Brasileirão

16/12/2013

Notícias Mais Lidas

Marcio Garcia terá de responder por dívida de aluguel de R$ 1,5 milhão

2/12/2025

Juíza condena escritor a indenizar Pedro Benoliel por post antissemita

2/12/2025

União indenizará mulher incluída por engano em processo trabalhista

2/12/2025

Ministro retira processo de pauta após advogada apontar falha em voto

2/12/2025

Juíza aponta falta de acolhimento a jovem morto por leoa em João Pessoa

2/12/2025

Artigos Mais Lidos

Abertura de empresas e a assinatura do contador: Blindagem ou burocracia?

3/12/2025

Como tornar o ambiente digital mais seguro para crianças?

3/12/2025

Recuperações judiciais em alta em 2025: Quando o mercado nos lembra que agir cedo é um ato de sabedoria

3/12/2025

Seguros de danos, responsabilidade civil e o papel das cooperativas no Brasil

3/12/2025

ADPF do aborto - O poder de legislar é exclusivamente do Congresso Nacional

2/12/2025