Migalhas Quentes

Juízes decidem entrar em greve

Protesto contra a reforma da Previdência.

22/7/2003

Juízes decidem entrar em greve

Dirigentes de 56 entidades representativas de cerca de 16 mil juízes estaduais, trabalhistas e militares decidiram, na sede da Associação dos Magistrados Brasileiros, que a categoria fará greve de pelo menos uma semana, de 5 a 12 de agosto, em protesto contra a reforma da Previdência.

O presidente da AMB, desembargador Cláudio Baldino Maciel, disse que se houver uma negociação que atenda à pauta dos magistrados, a paralisação será suspensa. "O nosso objetivo não é penalizar ou chantagear ninguém, é mostrar que estamos mobilizados para defender o Judiciário".

 

O movimento não conta com o apoio dos presidentes de tribunais superiores nem do presidente do STF, Maurício Corrêa, para quem a greve é inconstitucional."Uma greve dos juízes é inconstitucional. Como presidente do Supremo e magistrado não posso conceber que a magistratura faça greve", disse Maurício Corrêa.

Além de pertencerem ao funcionalismo público, os magistrados não podem fazer greve porque integram um dos Poderes do Estado, conforme interpretação reservada de membros do STF. O presidente do TST, Francisco Fausto, concorda com esse entendimento, mas, diz ele, como o direito de greve não foi regulamentado, não há como a Justiça julgar uma greve de servidor.

A principal reivindicação dos juízes é a elevação do subteto nos Estados de 75% para 90,25% do salário do chefe do Judiciário local. Além disso, exigem a definição do critério que será adotado em relação à paridade e à aposentadoria integral.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo, por meio de seu porta-voz, para que os juízes tratem o projeto de reforma da Previdência dentro dos "limites constitucionais e do bom senso".

"O presidente da República está seguro de que os juízes tratarão a proposta de reforma da Previdência dentro dos limites constitucionais e do bom senso. O presidente acredita também que no processo das reformas, cada Poder vem cumprindo seu papel com a independência prevista na Constituição", disse André Singer, porta-voz da Presidência".

A greve dos juízes não vai alterar a disposição do governo de aprovar a reforma da Previdência nos termos apresentados no relatório lido pelo deputado José Pimentel.

"Lamento que em situações anteriores, quando o Estado democrático de direito foi revogado, eles não ameaçaram com greve. Não assisti a nenhuma entidade da magistratura se insurgir contra a ditadura", afirmou José Pimentel.

_________________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

TST restabelece benefícios a trabalhador aposentado por invalidez acidentária

4/12/2025

STF julga acordo de desestatização entre União e Eletrobras

4/12/2025

Silveiro Advogados anuncia nova sócia na área de Direito Ambiental

4/12/2025

Mulher fica paraplégica após cair de sacada; Airbnb pagará tratamento

4/12/2025

Para Gilmar, lei do Impeachment caducou e nega tese de proteção do STF

4/12/2025

Artigos Mais Lidos

Reforma tributária: Setor pet é saúde? Vai ficar mais caro?

4/12/2025

A responsabilidade do parecerista sob o olhar do TCE/PE

4/12/2025

Litigância abusiva em família: O processo como arma de guerra

4/12/2025

Nova lei da prisão preventiva: Análise inicial

4/12/2025

O que é recuperação extrajudicial e por que ela pode salvar sua empresa sem exposição

4/12/2025