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Ao CNJ, Moro diz que não quis influenciar eleições ao retirar sigilo da delação de Palocci

Moro também afirmou que não pode interromper os seus trabalhos "apenas porque há uma eleição em curso”.

19/10/2018

Em resposta ao pedido de explicações do CNJ, o juiz Federal Sérgio Moro afirmou que não teve qualquer intenção de influenciar as eleições de 2018 ao retirar sigilo da delação de Palocci poucos dias antes do 1º turno.

No documento, o juiz diz que o depoimento divulgado trata dos supostos crimes praticados pelo ex-presidente Lula e lembrou que ele "não é sequer candidato nas eleições de 2018". Moro se explicou dizendo que, caso fosse sua intenção influenciar nas eleições, teria divulgado a gravação em vídeo do depoimento, "muito mais contundente do que as declarações escritas e que seria muito mais amplamente aproveitada para divulgação na imprensa televisiva ou na rede mundial de computadores".

Ainda, no documento, o magistrado afirmou que não pode interromper os seus trabalhos apenas porque há uma eleição em curso.

"Publicidade e transparência são fundamentais para a ação da Justiça e não deve o juiz atuar como guardião de segredos sombrios de agentes políticos suspeitos de corrupção."

Veja a íntegra da resposta

A divulgação, o pedido de explicações

No dia 1º de outubro, Moro retirou o sigilo de parte do acordo de delação do ex-ministro Antonio Palocci no âmbito da operação Lava Jato. No documento, Palocci afirmou que o ex-presidente Lula teria indicado Paulo Roberto Costa para a Petrobras com o objetivo de "garantir ilicitudes" na estatal e que usou o pré-sal para conseguir dinheiro para campanhas do PT.

Veja o documento.

Após a divulgação do conteúdo, os deputados federais do PT Paulo Pimental, Wadih Damous e Paulo Teixeira apresentaram uma reclamação na qual pediam a abertura de um procedimento administrativo e a aplicação de penalidades compatíveis as falhas funcionais. Os parlamentares acusaram Moro de má fé, parcialidade, e interferência no processo eleitoral.

Diante da representação, o corregedor Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, solicitou, no dia 4 de outubro, explicações do magistrado.

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