Migalhas Quentes

Massacre em escola dos EUA reacende debate sobre armamento no país

Daniel Toledo relata que o Texas possui leis mais brandas e menos restrições em relação ao porte de armas de fogo.

26/5/2022

Dia 24/5, 19 crianças e duas professoras morreram em um massacre armado que aconteceu em uma escola de ensino fundamental na cidade de Uvalde, no Texas. O ataque passou a ser considerado o mais trágico do país desde os acontecimentos na escola Sandy Hook, em 2012, quando 20 crianças e seis adultos morreram.

O autor dos disparos tinha dezoito anos e morreu no local após uma intensa troca de tiros com a polícia. Até o momento não se sabe quais motivações levaram à tragédia.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da banca Toledo Advogados Associados e sócio do LeeToledo PLLC, a legislação sobre armamento no Texas é mais branda que no restante do país, facilitando o acesso a armas no Estado. "É permitido, inclusive, mostrá-las livremente enquanto se locomove pelo estado. No entanto, na teoria, um jovem de dezoito anos não pode comprar uma arma. Exceto por algumas falhas nas legislações que precisam ser ajustadas", relata.

Para o especialista em Direito Internacional, existem buracos nas leis que permitem que jovens consigam comprar armas livremente no Estado do Texas. "Se um indivíduo for em uma loja de artigos esportivos, é possível solicitar uma licença de caça por apenas 70 dólares. Com essa autorização e os documentos legais dentro dos Estados Unidos, mesmo tendo apenas dezoito anos, é permitido adquirir um número irrestrito de armas mediante uma simples verificação de antecedentes. Em muitos estados, essa verificação pode levar semanas. No entanto, no Texas a checagem é feita na hora, liberando rapidamente a licença para caçadores. Essa é uma falha na lei que deveria ser reportada e revista", pontua.

Toledo, que vive no Texas, afirma que os reflexos do massacre já podem ser vistos em todo o Estado. "O clima entre a população é péssimo. Ao levar meu filho à escola, notamos ao menos dezesseis viaturas de polícia em volta do colégio. Isso é algo que nunca presenciei nos vários anos vivendo por aqui", lamenta.

O advogado acredita que um diagnóstico psiquiátrico é necessário e deveria ser obrigatório antes de um indivíduo ter o acesso a armas de fogo. "O autor desse crime já tinha histórico psiquiátrico e esse debate segue em pauta nos Estados Unidos. Penso que há a necessidade de que psiquiatras e psicólogos façam parte desse processo, reportando às autoridades públicas sobre pessoas que têm algum tipo de fragilidade emocional ou outra situação que, eventualmente, possa trazer riscos à sociedade. Esses indivíduos não devem ter acesso a qualquer tipo de armamento", finaliza.

Daniel Toledo(Imagem: Divulgação)

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

STJ possibilita decretação do divórcio após morte de um dos cônjuges

16/5/2024

DF é condenado após professora acordar aluna em sala com um lápis

17/5/2024

Banco utiliza visual law em petições contra golpes e fraudes

16/5/2024

STJ mantém indenização da Band a Silvio Santos, mas diminui valor

16/5/2024

STF anuncia primeiro fotógrafo do plenário com sindrome de Down

16/5/2024

Artigos Mais Lidos

A legalidade da cobrança de dívida prescrita no Brasil: Uma análise jurídica e a atuação do direito bancário no combate à advocacia predatória nesses casos

16/5/2024

Impossibilidade de redirecionamento da execução fiscal ao espólio ou sucessores do executado falecido antes da citação

17/5/2024

Conflitos e perspectivas na tributação de heranças e doações: SC COSIT 21/24

17/5/2024

Primeiras impressões do provimento 161/24 do CNJ

16/5/2024

A obrigatoriedade de cobertura frente ao futuro da saúde e o avanço do Judiciário

16/5/2024