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Ministro Humberto repreende advogado que interrompeu voto da ministra Nancy

Presidente da 3ª turma cobrou ética de causídico.

9/12/2025
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Nesta terça-feira, 9, durante julgamento da 3ª turma do STJ que discutia a responsabilidade de revendedora de veículos usados por defeito oculto na caixa de câmbio, ministro Humberto Martins, presidente do colegiado, precisou interromper o andamento da sessão para advertir um advogado que insistia em intervir enquanto a ministra Nancy Andrighi proferia voto.

A ministra explicava a jurisprudência consolidada da turma sobre a responsabilidade objetiva de revendedoras quando o advogado passou a fazer intervenções paralelas, corrigindo ou comentando trechos do voto.

Ao mencionar precedentes envolvendo defeito em motor, o advogado a interrompeu dizendo: "aí é câmbio".

A ministra respondeu que os julgados iniciam pelo motor e avançam ao câmbio, ao que o advogado replicou: "10 anos o carro".

Nancy prosseguiu expondo que a responsabilidade só é afastada quando comprovado que o defeito não existia no momento da venda ou decorreu exclusivamente de uso inadequado, ou de terceiro.

Mais adiante, ao mencionar que a perícia constatara adulteração na caixa de câmbio, o advogado voltou a interromper afirmando: "possível, não sabe, tá na prova".

Em seguida, diante da explicação de que o câmbio instalado não correspondia ao padrão original, ele insistiu: "não tem prova".

Foi então que o ministro Humberto Martins interveio:

"Evidentemente, Vossa Excelência não pode estar falando. A relatora está falando e Vossa Excelência fica falando."

O advogado tentou justificar afirmando tratar-se de "questão de fato", mas o presidente da turma encerrou o diálogo: "É questão de ética, só isso."

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