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Nova diretriz da CETESB reestrutura gestão de áreas contaminadas e confirma o interesse na reabilitação imobiliária e ambiental

CETESB lança nova edição do Manual de Áreas Contaminadas, ampliando segurança jurídica, eficiência regulatória e oportunidades de reabilitação ambiental.

21/8/2025

decisão de diretoria 048/25 da CETESB inaugura uma nova fase na política ambiental paulista ao aprovar a terceira edição, revisada e ampliada, do Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas. Referência técnica desde os anos 1990, o documento passa a incorporar avanços metodológicos e normativos que tornam mais eficiente e juridicamente segura a reabilitação de áreas com passivos ambientais - com impactos diretos sobre os setores imobiliário, industrial e de infraestrutura.

1. Reorganização normativa e segurança jurídica

A nova edição consolida as diretrizes da decisão de diretoria 056/24, que simplificou e agrupou as etapas do processo de gestão ambiental. O gerenciamento passa a ser estruturado em três blocos operacionais, cada um encerrado por parecer técnico formal emitido pela CETESB:

Essa formalização é juridicamente relevante por três razões centrais:

Para investidores, empreendedores e gestores públicos, essa estrutura confere maior previsibilidade e segurança jurídica, especialmente em projetos que envolvem aquisição, desenvolvimento ou financiamento de áreas com histórico de contaminação.

2. Impactos sobre responsabilidade ambiental e due diligence

A nova sistemática reforça o papel da due diligence ambiental como ferramenta jurídica e estratégica. Com a clareza metodológica dos blocos, empresas e investidores passam a contar com um roteiro técnico validado pela autoridade ambiental, o que:

3. Reabilitação e reutilização: Potencial econômico e legal

Mais do que um instrumento regulatório, o Manual se consolida como ferramenta estratégica para viabilizar a reabilitação e reutilização de terrenos contaminados. Ao promover a recuperação de solos e águas subterrâneas, a iniciativa da CETESB contribui para:

Do ponto de vista jurídico, essa abordagem permite a requalificação legal da área, com potencial para alteração de zoneamento, obtenção de licenças urbanísticas e reinserção no mercado de forma segura e sustentável.

4. Recomendações estratégicas

A nova edição do Manual não apenas atualiza procedimentos técnicos, mas redefine o papel da CETESB como agente de segurança jurídica e desenvolvimento sustentável. Para empresas que atuam em setores regulados, trata-se de uma oportunidade concreta de transformar passivos em ativos - com respaldo técnico, previsibilidade legal e potencial econômico.

Recomenda-se:

A nova estrutura normativa representa oportunidade concreta de transformar passivos ambientais em ativos produtivos. Escritórios de advocacia, consultorias ambientais e gestores de fundos imobiliários devem estar atentos às novas diretrizes, que podem impactar diretamente a viabilidade de projetos de reurbanização, expansão industrial e desenvolvimento logístico.

Executivos e tomadores de decisão em setores como infraestrutura, construção civil, energia e agronegócio devem considerar a atualização do Manual como um marco regulatório que favorece a segurança jurídica e a previsibilidade técnica - elementos essenciais para decisões estratégicas em ambientes regulados.

Douglas Nadalini
Sócio no Duarte Garcia, Serra Netto e Terra, atuação em Ambiental / ESG, Agrário e Agronegócio. Graduado pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Possui especialização em Direito Tributário e em Processo Tributário pelo Instituto de Estudos Tributários / Instituto Brasileiro de Direito Tributário da Universidade de São Paulo (USP) e em Direito Ambiental pela Faculdade de Direito e pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

Adriana Siqueira Fausto Vaz de Lima
Sócia do escritório Duarte Garcia, Serra Netto e Terra, atua na área Ambiental / ESG, Agrário e Agronegócio. Graduada em Direito pela Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo. Possui especialização em Direito Administrativo pela Faculdade Autônoma de Direito (FADISP) e especialista em Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Questões Globais na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Curso de Direito do Agronegócio, no Insper - Instituto de Ensino e Pesquisa.

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