Migalhas Quentes

Operadora indenizará cliente que teve chip clonado e perdeu criptomoedas

Na avaliação do TJ/SP, a falha de segurança ficou evidenciada, não cabendo cogitar de rompimento do nexo causal.

16/5/2024

A 27ª câmara de Direito Privado do TJ/SP decidiu que operadora de telefonia deve indenizar consumidora por falhas na segurança de seus serviços que resultaram na clonagem do chip da autora e subsequente perda de R$ 15.380,11 em criptomoedas. Na avaliação do colegiado, a falha de segurança ficou evidenciada, não cabendo cogitar de rompimento do nexo causal.

A cliente relatou que em março de 2022 seu telefone celular ficou inoperante, indicando possível clonagem do chip. Pouco tempo depois, recebeu uma notificação da corretora, informando sobre tentativas de acesso à sua conta por um dispositivo desconhecido. Após restabelecer a linha telefônica, ela constatou a retirada de R$ 15.380,11 de suas criptomoedas, valor que não pôde ser recuperado devido à natureza das transações blockchain.

Inicialmente, o pedido da autora foi julgado improcedente pelo juiz de primeira instância, que argumentou que a responsabilidade da operadora pela segurança dos dados não era integral. A decisão destacou ainda a ausência de nexo causal direto entre a falha no serviço de telefonia e o prejuízo financeiro sofrido, considerando o evento como um caso fortuito.

Insatisfeita com a decisão, a consumidora apelou, alegando que a operadora deveria ser responsabilizada pela falha de segurança que permitiu a clonagem de seu chip.

Consumidora teve o chip do celular clonado.(Imagem: Freepik)

A 27ª câmara de Direito Privado decidiu, por maioria, reformar a sentença.

O desembargador Alfredo Attié, relator designado, destacou que a falha no serviço de telefonia foi determinante para a ocorrência da fraude. Segundo Attié, a operadora não conseguiu garantir a segurança necessária ao consumidor, configurando um acidente de consumo. O Tribunal concedeu a autora uma indenização de R$ 5 mil por danos morais e determinou a restituição de R$ 16.435,11 por danos materiais.

O desembargador Sergio Alfieri, relator vencido, votou pelo improvimento do recurso, argumentando que a responsabilidade pela segurança das transações financeiras na corretora não poderia ser atribuída à operadora. Alfieri destacou que não houve prova de falha direta nos serviços de telefonia que facilitasse a clonagem do chip.

O escritório Grigoletto Advogados Associados patrocina a causa.

Leia o acórdão.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Empresas terão de restituir valores desviados após clonagem de chip

18/4/2023
Migalhas Quentes

Operadora deve indenizar casal por chip de celular clonado

14/8/2022
Migalhas Quentes

Empresa de telefonia indenizará vítimas de golpe após clonagem de chip

19/7/2021

Notícias Mais Lidas

Caso Narcisa e Boninho reacende o debate sobre abandono afetivo

2/12/2025

Mattos Filho assessora Appia em acordo estratégico com a Ultra

2/12/2025

Projeto social não devolverá repasse estatal por suposta destinação indevida

2/12/2025

Juiz afasta justa causa e reconhece dispensa imotivada de comissária de voo

2/12/2025

Anúncio de Trump não impacta processos migratórios, alerta advogado

2/12/2025

Artigos Mais Lidos

Abertura de empresas e a assinatura do contador: Blindagem ou burocracia?

3/12/2025

Como tornar o ambiente digital mais seguro para crianças?

3/12/2025

Recuperações judiciais em alta em 2025: Quando o mercado nos lembra que agir cedo é um ato de sabedoria

3/12/2025

Seguros de danos, responsabilidade civil e o papel das cooperativas no Brasil

3/12/2025

ADPF do aborto - O poder de legislar é exclusivamente do Congresso Nacional

2/12/2025