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Toffoli vota para manter condenações pelo incêndio da Boate Kiss

STF analisa recurso envolvendo as condenações de quatro réus pelo incêndio na Boate Kiss, que resultou em 242 mortes.

5/4/2025

Ministro Dias Toffoli, do STF, votou nesta sexta-feira, 4, para manter as condenações de quatro réus pelo incêndio na Boate Kiss, ocorrido em 2013 em Santa Maria/RS. A tragédia deixou 242 mortos e mais de 600 feridos.

A 2ª turma do Supremo iniciou o julgamento, em plenário virtual, de recursos impetrados pelos acusados, buscando reverter a decisão que manteve as condenações do Tribunal do Júri e determinou a prisão dos envolvidos. O relator votou por rejeitar os recursos. 

Toffoli vota por manter condenações contra réus da Boate Kiss.(Imagem: Antonio Augusto/SCO/STF)

Para Toffoli, devem ser mantidas as condenações dos ex-sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr (22 anos e seis meses de prisão) e Mauro Londero Hoffmann (19 anos e seis meses), assim como do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e do produtor musical Luciano Bonilha. Ambos foram condenados a 18 anos de prisão.

Em seu voto, o ministro Toffoli fundamentou a manutenção das condenações, afirmando não haver irregularidades ou omissões na decisão que confirmou as penas. Ao negar o pedido, Toffoli afirmou que "não é dever do julgador rebater todos os argumentos apresentados pela parte".

"É evidente que a pretensão do embargante é provocar a rediscussão da causa, fim para o qual não se presta o presente recurso."

O julgamento segue até sexta-feira, 11. Ainda faltam votar os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, André Mendonça e Nunes Marques.

Reviravoltas do caso

O ministro Toffoli já havia decidido pela validade das condenações em setembro do ano passado. 

O julgamento do caso, que já dura mais de uma década, passou por diversas instâncias.

No TJ/RS, a 1ª câmara Criminal declarou a nulidade do júri anterior, acatando argumentos da defesa de que irregularidades processuais comprometiam a imparcialidade do julgamento.

Essas nulidades foram confirmadas pela 6ª turma do STJ, que determinou a anulação do julgamento e a realização de um novo júri.

Mas o entendimento foi derrubado no STF. Ao analisar o recurso do MP, ministro Dias Toffoli entendeu que as nulidades reconhecidas pelas instâncias anteriores violaram preceitos constitucionais, como a soberania dos veredictos e a plenitude de defesa. Ademais, entendeu que questões suscitadas pela defesa estariam preclusas.

Agora, os ministros analisam recurso de um dos réus contra a decisão.

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