O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou nesta sexta-feira, 19, que a Casa não atua para proteger condutas irregulares de parlamentares e que investigações em curso devem seguir sob responsabilidade do Poder Judiciário, com respeito às instituições e sem pré-julgamentos.
A declaração foi feita durante café da manhã com jornalistas, ocasião em que Motta ressaltou que a relação da Câmara com o STF é pautada pelo diálogo permanente e pelo respeito institucional, inclusive em situações que envolvem apurações contra deputados.
"Nós respeitamos o papel do Supremo e vamos sempre acompanhar aqui na presidência da Câmara para que exageros não sejam cometidos" afirmou.
Tolerância zero
Motta afirmou que a Câmara não tem compromisso em proteger condutas irregulares, seja em apurações criminais, seja no uso de recursos públicos.
"Não temos compromisso em proteger aquilo que não é correto", declarou.
Ele ressaltou que é papel da presidência da Casa zelar pelo equilíbrio institucional, evitando excessos tanto por parte do Legislativo quanto do Judiciário, sempre por meio do diálogo.
"Quando há um exagero, seja do Supremo, seja do próprio Legislativo, isso é ruim para o país", disse.
Operação Galho Fraco
Ao comentar a Operação Galho Fraco, deflagrada nesta sexta-feira, 19, pela PF, que tem como alvos os deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, Motta disse que tomou conhecimento das diligências por meio de comunicação do diretor-geral da PF - procedimento que, segundo ele, é adotado sempre que há investigações envolvendo parlamentares.
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"Não sei a fundo o que tem, ou o que não tem. Não vou fazer pré-julgamento. Vamos acompanhar e, de certa forma, colocar sempre a Câmara à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos que sejam necessários", afirmou.
Segundo o presidente da Câmara, a Casa mantém uma postura institucional diante de investigações e não atua para interferir no trabalho dos órgãos de controle ou do Judiciário.
Emendas parlamentares
O presidente da Câmara também defendeu o papel das emendas parlamentares, afirmando que a ampla maioria dos deputados atua de forma correta e que não é adequado generalizar suspeitas a partir de casos pontuais.
"As emendas têm um papel social, obviamente. Elas levam o desenvolvimento para as regiões mais carentes do país", afirmou.
Segundo Motta, os parlamentares têm contato direto com as demandas locais e conseguem direcionar recursos com maior agilidade do que a burocracia centralizada, especialmente em um país de dimensões continentais como o Brasil.
"Estão em contato com essas pessoas, estão andando nos seus Estados, estão andando pelo Brasil e, de certa forma, conhecendo os problemas e buscando a saúde social", concluiu.