Migalhas Quentes

Lewandowski: Combater crime é ir além de “enérgica repressão policial”

O novo ministro da Justiça e Segurança Pública tomou posse hoje.

1/2/2024

Nesta quinta-feira, 1º/2, foi realizada a cerimônia de posse de Ricardo Lewandowski como o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, sucedendo Flávio Dino, que foi nomeado como ministro do STF.

No discurso de posse, Lewandowski destacou que o combate à criminalidade e à violência, para ter êxito, precisa ir além de uma permanente e enérgica repressão policial, demandando a execução de políticas públicas que permitam superar “esse verdadeiro apartheid social que continua segregando boa parte da população brasileira”.

O novo ministro ressaltou que a segurança pública, ao lado da saúde, é uma das principais preocupações dos cidadãos, observando que a violência e a criminalidade são problemas antigos que têm raízes na história colonial do país.

Ele também destacou a ameaça representada pela criminalidade organizada, incluindo milícias e outras facções, que agora operam em diversas áreas de forma mais sofisticada e abrangente.

“A atuação das organizações criminosas, nas quais se incluem  as milícias, subdivididas em múltiplas facções, ora aliadas, ora rivais, antes restrita às áreas periféricas, onde o Estado se mostrava ausente, e aos recônditos ambientes prisionais, hoje se desenvolve em toda a parte, à luz do dia, com ousada desfaçatez, em moldes empresariais, dedicando-se ao controle do transporte público, da distribuição do gás de cozinha, das ligações clandestinas de internet a cabo, além da tradicional exploração da prostituição, dos jogos de azar, do tráfico de drogas e de armas.”

Isso lhes permite, de acordo com o ministro, expandir a sua ação deletéria sobre territórios cada vez maiores, dificultando o seu controle por parte das autoridades estatais. 

“Por isso, não há soluções fáceis para tais problemas. Não basta, como querem alguns, exacerbar as penas previstas na legislação criminal, que já se mostram bastante severas, ou promover o encarceramento em massa de delinquentes, mesmo daqueles de menor potencial ofensivo. Também não adianta dificultar a progressão do regime prisional dos detentos - do fechado para o semiaberto e depois para o aberto - que constitui um importante instrumento de ressocialização. Tais medidas, se levadas a efeito, só aumentariam a tensão nos estabelecimentos prisionais e ampliariam o número de recrutados para as organizações criminosas.”

O representante da pasta salientou que para enfrentar eficazmente o crime organizado é preciso aprofundar as alianças com Estados e municípios, que constitucionalmente detém a responsabilidade primária pela segurança pública nas respectivas jurisdições.

“É preciso superar a fragmentação federativa e estabelecer um esforço nacional conjunto para neutralizar as lideranças das organizações criminosas e confiscar os seus ativos, porque elas não podem sobreviver sem recursos para custear seus soldados e suas operações.”

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Lula oficializa nomeação de Flávio Dino como ministro do STF

1/2/2024
Migalhas Quentes

Lula oficializa nomeação de Lewandowski para o ministério da Justiça

23/1/2024
Migalhas Quentes

Lewandowski assumirá ministério da Justiça em 1º de fevereiro

11/1/2024
Migalhas Quentes

Lewandowski será o novo ministro da Justiça do governo Lula

11/1/2024

Notícias Mais Lidas

TST afasta penhora de aposentadoria de procurador que levantou valores indevidos

2/12/2025

TRF-1 autoriza mãe a sacar FGTS para tratamento de filho autista

2/12/2025

TRT da 2ª região inclui esposa de sócio em execução trabalhista

2/12/2025

CNJ lança base de dados de partes envolvidas em ações para uso de juízes

2/12/2025

Moraes diz que Judiciário virou alvo por ser “o mais forte do mundo”

2/12/2025

Artigos Mais Lidos

Abertura de empresas e a assinatura do contador: Blindagem ou burocracia?

3/12/2025

Como tornar o ambiente digital mais seguro para crianças?

3/12/2025

Recuperações judiciais em alta em 2025: Quando o mercado nos lembra que agir cedo é um ato de sabedoria

3/12/2025

Seguros de danos, responsabilidade civil e o papel das cooperativas no Brasil

3/12/2025

ADPF do aborto - O poder de legislar é exclusivamente do Congresso Nacional

2/12/2025