As legítimas preocupações expressadas nesta semana, diante do alinhamento institucional entre os poderes, sobretudo entre o ministro Toffoli e o presidente Jair Bolsonaro, merecem uma pequena migalha de reflexão. Diz-se que seria selado um pacto. Quer nos parecer, salvo melhor juízo, que seja algo simbólico, uma vez que nem o Legislativo, nem o Judiciário têm nos seus presidentes um mandatário de toda a classe que representa. Todavia, mesmo sendo algo pro forma, é algo que possa ser alvissareiro, ainda mais na dura quadra que experimentamos. Com efeito, é um gesto que denota a harmonia entre os poderes, preconizada em nossa Magna Carta, sem que isso signifique abrir mão da imprescindível independência. E, de fato, ser contra ou a favor dos interesses do Executivo, seja no Judiciário, seja no Legislativo, são fruto da convicção de cada um, e é muito bom que assim seja. No entanto, acima disso, é necessário que haja harmonização dos poderes, de se darem as mãos em prol do bem comum. Porque de todos e com todos, seja qual for o Poder, há grandes ideias a aproveitar, há inestimáveis lições a aprender.