domingo, 7 de dezembro de 2025

Arquivo do semana 19/10 à 25/10 de 2015

19
out.segunda-feira
PILULAS

Março de 2009 No início de 2009, as instituições financeiras, preocupadas com uma corrida ao Judiciário duas décadas depois de baixados os planos econômicos, entram no STF com uma ADPF. Pretendem ver confirmada a constitucionalidade das famigeradas medidas. Agosto de 2010 Diante da repercussão geral reconhecida em recursos extraordinários, o ministro Toffoli, em agosto de 2010, determina a suspensão de todos os processos judiciais em tramitação no país, em grau de recurso, que discutem o pagamento de correção monetária dos depósitos em cadernetas de poupança afetados pelos planos econômicos. Ainda hoje persiste o sobrestamento dos feitos. Novembro de 2013 Estamos em novembro de 2013. O processo dos planos econômicos finalmente chega à pauta do STF. O clima é de expectativa. As instituições financeiras de um lado, associações que dizem congregar poupadores de outro. O governo, apreensivo com o resultado, teme um impacto fatal nos bancos públicos. Antes do início da assentada já se ausculta a possibilidade da suspeição dos ministros Fux e Barroso, as quais se confirmam. Mas surge uma novidade que começa a correr pelas galerias repletas de interessados : a ministra Cármen Lúcia irá, também, se declarar suspeita. O não comparecimento da ministra para ouvir as sustentações orais indica que pode ser verdade o boato. E, de fato, a ministra deu-se por suspeita. Os motivos, naquele momento, ainda eram incertos. Dizia-se pelo plenário que ela foi pega de surpresa com a informação de que seu pai seria um dos poupadores a ter entrado com ação contra a Caixa Econômica Federal. Por conta disso, declarou-se suspeita. Entendemos a preocupação da ministra com sua inquestionável probidade, mas, convenhamos, isso, por si só, não justifica suspeição. Em todo o caso, como a coisa é por foro íntimo, não nos cabe questionar. Julho de 2014 Com a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa, somada às suspeições dos ministros (migalha anterior), não havia quórum para que o processo dos planos econômicos fosse julgado. Setembro de 2015 Mês passado, o ministro Fachin surpreendeu o meio jurídico ao se dizer suspeito para julgar a ação dos planos econômicos. Ao noticiar o caso, este rotativo não poupou críticas dizendo que a justificativa não era condizente com a estatura de seu histórico e muito menos a que se esperava de um ministro do Supremo. Alegar que já deu opiniões sobre a tese, quando advogado, é não perceber que a indumentária agora é outra. E a toga não comporta veleidades. E mais, afirmar que ainda tem honorários para receber é pôr na balança coisas incomparáveis. O mister de um magistrado do Supremo não é monetarizável. Por óbvio, deveria abrir mão dos honorários. Na ocasião, dizíamos ainda que havia uma saída para o deslinde desse tema, o qual representa centenas de milhares de ações sobrestadas. Com efeito, os ministros Fux e Cármen Lúcia apenas se disseram suspeitos, por foro íntimo. Tal suspeição pode ter se dado em razão da parte ou do advogado. De modo que, se outro caso for afetado, com outras partes e advogados, possivelmente eles possam participar. Outubro de 2015 O jornalista Ancelmo Gois contou no último domingo, em sua coluna n´O Globo, que a ministra Cármen Lúcia pode ser a solução para o problema da falta de quórum no STF para julgar os planos econômicos. Isso porque seu pai, Florival Rocha, nonagenário poupador, teria se prontificado a desistir do processo. Mesmo sabendo que sapo de fora não chia, sugeriríamos que ao invés de desistir da ação, se essa for mesmo a intenção, que ele destine - consignando isso no feito - seu eventual ganho para uma instituição de caridade. Independente da solução, o fato é que se a aparente suspeição desaparecer, a ministra, conquanto não tenha participado da sessão de leitura dos relatórios e sustentações, poderá, sim, participar do julgamento, bastando apenas que se dê por esclarecida (RISTF, art. 134, § 2º). Abril de 2028 Se os processos ficarem sobrestados até a substituição de um ministro impedido, só teremos julgamento lá por meados de 2028, ano em que o ministro Fux se aposenta, pego que será pela nova compulsória. Isso é, se o ministro que o suceder não se der por suspeito, alegando que já leu sobre o caso nos jornais. Crônicas da Judicatura Falando da nobilíssima função da magistratura, lembramo-nos agora de missiva enviada por ilustre magistrado, em 2008, contando uma curiosa passagem : "Compulsando aleatoriamente arquivos passados, deparei-me com a notícia do passamento do Carlos Alberto Bastos de Matos (Migalhas 980 - 4/8/04). Na ocasião deixei-a gravada em meu computador, talvez levado pela saudade e lembrança do velho amigo. Veio-me à lembrança, agora, um fato até jocoso de nossa antiga convivência. Relato-o para que fique documentado, e também para ressaltar a grande figura que foi esse magistrado exemplar. Era eu Juiz na comarca de Junqueirópolis, na Alta Paulista. Fui designado para acumular a vizinha comarca de Pacaembu. Lá estava o Carlos Alberto, promotor de Justiça. Passados alguns dias fez-me uma oferta : "Antonio, eu tenho pouco serviço. Se você quiser, posso preparar os despachos nos seus processos. Se você estiver de acordo, você assina, senão, você rasga". Aceitei de pronto. Ainda que não fosse volumoso o número de feitos que todos os dias iam à conclusão, era trabalho que se somava ao da minha comarca. A ajuda era preciosa, e de pessoa de extrema lisura e capacidade ! A partir de então, quando chegava a Pacaembu encontrava uma pilha de processos sobre a mesa, devidamente despachados (com a inconfundível escrita da máquina de escrever cujo tipo até hoje me lembro !). Conferia e assinava, todos perfeitos. Certo dia encontrei um dos processos com este despacho : "Indefiro a cota retro do Dr. Promotor"..., seguido de curta fundamentação. E, datilografado em um pedaço de papel, este bilhetinho : "Antonio, eu estou indeferindo o meu pedido porque eu pedi uma coisa absurda !". Justificou-me, depois, verbalmente, a sua decisão.... e o episódio serviu para boas risadas até hoje lembradas ! Grande homem, grande Promotor, grande Juiz ! Fez escola, deixou lembranças ... e saudades !" *Antonio Augusto Guimarães de Souza - advogado em SP, magistrado aposentado

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out.terça-feira
PILULAS

O escritório Tauil & Chequer Advogados promove hoje o debate "Projetos de Energia Solar no Brasil: Financiamento, Regulação e Sustentabilidade", em SP. Sócios de diferentes práticas irão levantar temas sobre o desenvolvimento de projetos de energia solar no Brasil, incluindo as perspectivas para os próximos anos, questões críticas relacionadas à estruturação de financiamentos no atual cenário econômico-financeiro, aspectos e incentivos regulatórios relevantes, e a promoção da sustentabilidade. Zulaiê Cobra, do escritório Zulaiê Cobra Ribeiro - Sociedade de Advogados, fará parte do "Debate sobre a participação da advogada no conselho da OAB", amanhã, às 17h30, em Santo Amaro/SP. Amanhã, o escritório De Vivo, Whitaker e Castro Advogados promove café da manhã para convidados, no qual o advogado sênior da área penal e de combate à pirataria Edner de Toledo Alves Bastos ministrará a palestra "Pirataria - Aspectos Legais e Práticos", abordando aspectos práticos e jurídicos da violação à propriedade industrial, com definições, prejuízos e formas de combate nas esferas preventiva e criminal. O Instituto Brasileiro de Direito Processual tem novo projeto, o "Café com Torradas" : um expositor defende por quinze minutos sua tese, para ser criticada por dois debatedores, tendo, depois, o direito de réplica. A pré-estreia foi em SP, em setembro. O evento nº 1 ocorre dia 22/10, às 8h30, em Curitiba, no escritório Wambier & Arruda Alvim Wambier Advocacia e Consultoria Jurídica (rua Hildebrando Cordeiro, 30, Ecoville). Paulo Osternack Amaral (Justen, Pereira, Oliveira & Talamini - Advogados Associados) defenderá seu ponto de vista sobre convenções processuais probatórias e receberá a crítica de Teresa A. Alvim Wambier (Wambier & Arruda Alvim Wambier Advocacia e Consultoria Jurídica) e de Sérgio C. Arenhart. O projeto é coordenado nacionalmente por Eduardo Talamini (Justen, Pereira, Oliveira & Talamini - Advogados Associados) e Heitor V. Sica. As inscrições são gratuitas. O escritório Roncato Advogados realiza o workshop "Coaching como ferramenta de gestão", dia 27/10, às 9h30, em SP. O escritório Siqueira Castro Advogados realiza dia 28/10, em SP, seminário sobre "Mediação" que abordará meios alternativos de resolução de conflitos envolvendo mediação e conciliação. O evento será aberto e presidido por Carlos Roberto Siqueira Castro, sócio sênior da banca. Também serão debatidos aspectos sobre a regulamentação da mediação, aprovada pelo Senado, e a sua utilização para resolução de conflitos no âmbito do direito do consumidor. As inscrições são gratuitas. O escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello Advogados se fez representar na "BIO Latin America Conference", no RJ, evento voltado as discussões relacionadas a inovação na área da Biotecnologia, pela advogada e engenheira Maria Lavinia Maurell.

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out.quarta-feira
PILULAS

A internet é uma fábrica de surpresas. Eis que surge uma notícia curiosa. Veja só, leitor. Em 2006, a PF instaurou investigação, por meio de sua Divisão de Repressão a Crimes Financeiros. Segundo a PF, foram identificadas transações cambiais com indícios de irregularidades supostamente realizadas por várias pessoas. No rol, vê-se nomes conhecidos, como Álvaro Costa Dias, Valdemar da Costa Neto, Flexa Ribeiro, Henrique Meirelles, Jorge Bornhausen, entre outros. Incluído naquela desditosa lista de 2006, está o nome do momento: Eduardo Cunha. Pois bem. Tem-se ciência apenas dessa investigação porque, em 2014, o ministro Joaquim Barbosa fez publicar no Diário Oficial uma decisão sua, datada de 6 de maio de 2014, mandando autuar e distribuir a investigação. Consta, ainda, na decisão de S. Exa., que houve manifestação do procurador-Geral da República. O que aconteceu nesse curto interstício, entre 2006 e 2014, fica na imaginação de cada um. O fato é que o procedimento (um volume e catorze apensos), então, finalmente ganhou número. Nascia a Petição 5.169. Como nem tudo são flores, veio toldada pelo indefectível "Segredo de Justiça" e teria vida curta. Curtíssima. Em 15 de maio de 2014, ela era distribuída ao ministro Celso de Mello. Tão logo S. Exa. recebeu a petição, tratou de declarar-se suspeito por razões de foro íntimo. Em 22 de maio, então, nova distribuição, caindo agora nas mãos do ministro Gilmar Mendes. E no mesmíssimo 22 de maio, o ministro Gilmar Mendes, considerando que a petição era um "mero expediente de comunicação de crime", mandou arquivar o feito, devolvendo à Procuradoria-Geral os documentos. Para o ministro, não haveria alternativa, uma vez que o Regimento Interno do STF é claro nesse ponto, asseverando que "o Tribunal não processará comunicação de crime". E, sendo essa a interpretação, o caso deveria ser encaminhado a quem de Direito, no caso a Procuradoria Geral da República. Assim se fez. O que deveria, então, ter feito a PGR? Deixando a hipótese de lado, melhor conferir, ipsis litteris, o teor do despacho do Procurador-Geral da República, datado de 9 de junho de 2014, quando recebeu os documentos do STF : "O Procurador-Geral da República declara-se ciente da decisão das fls. 22/24, e informa que autuou como Notícia de Fato os apensos do presente feito encaminhados por Vossa Excelência, e restitui o volume principal para arquivamento perante a Suprema Corte." Por fim, há ainda um fato a merecer menção. Como se trata de investigação aberta em 2006, a qual envolvia personagens com foro privilegiado, o caso aportou naquela época na PGR (as decisões dos ministros JB e Gilmar citam a cota do parquet "pedindo diligências", sem dizer quem a subscreveu). Na época (de 2005 a 2009), o chefe do MPF era Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, que hoje é justamente o advogado que representa os interesses do presidente da Câmara. E não venha agora um afobado a dizer que estamos fazendo qualquer ilação. São apenas os fatos, nus e crus.

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out.sexta-feira
PILULAS

Renato Opice Blum, sócio do Opice Blum, Bruno, Abrusio e Vainzof Advogados Associados, palestra hoje no "II Simpósio de Direito Digital e Segurança da Informação - O Marco Civil e a (des)proteção de dados". O evento será realizado no salão nobre da Federasul, em Porto Alegre/RS. "A Advocacia no Banco dos Réus" será o tema da palestra que o criminalista Alberto Zacharias Toron, do escritório Toron, Torihara e Szafir Advogados, fará na reunião-almoço do IASP, hoje, no Intercontinental Hotel. Amanhã, às 9h, Luciana Moraes de Farias, presidente do IAPE - Instituto dos Advogados Previdenciários - Conselho Federal, será uma das expositoras do "I Congresso Nacional de Seguridade Social da OAB de Ribeirão Preto", ocasião em que empossará Camila Magrini da Silva como representante regional do IAPE de Ribeirão Preto. O escritório Siqueira Castro Advogados realiza o seminário "Mediação : O que as empresas e escritórios de advocacia podem esperar do instituto após a edição da lei 13.140/15 e novo Código de Processo Civil ?", que acontece dia 28/10, das 9 às 13h, em SP. A inscrição é gratuita. Informações : (11) 4085-6731 ou por e-mail. No dia 28/10, às 18h30, Sergei Cobra Arbex, do escritório Zulaiê Cobra Ribeiro - Sociedade de Advogados, palestra sobre "Delação Premiada vs. Direitos Constitucionais", em São José dos Campos/SP. Sócios do Opice Blum, Bruno, Abrusio e Vainzof Advogados Associados, Rony Vainzof e Renato Opice Blum irão participar como contextualizadores e palestrantes do "Congresso de Direito Digital", que será realizado dia 29/10, na Fiesp, em SP. Na oportunidade, os especialistas vão debater temas como Riscos à Economia Digital, Governança Corporativa e Direito Digital, bem como Regras de conformidade e Integridade : os desafios do compliance na prática para a indústria. Bruno Feigelson, sócio do LL Advogados, é um dos professores do curso de "Direito Ambiental Aplicado à Infraestrutura e Mineração", que acontece de 25 a 27/11, no auditório do CREA-SP. No programa serão abordados temas como Direito minerário, espaços territoriais especialmente protegidos, danos ambientais e comunidades tradicionais. Caio Faria Lima, advogado do Almeida Advogados, participou do seminário internacional "Anteprojeto Brasileiro de Proteção de Dados Pessoais em Perspectiva Comparada", dias 19 e 20/10, que resultou na divulgação do texto final do Anteprojeto. Leonardo Palhares, sócio do escritório Almeida Advogados, ministrou palestra sobre o tema "Privacidade de Informação em Leis de TI na Saúde e Tendências", no evento "Philips Connect Day 2015", em SP. Fábio Medina Osório, titular do escritório Medina Osório Advogados, palestrou na manhã de ontem no "III Congresso Estadual do Patrimônio Público e Social", para um público de 170 membros do MP brasileiro, maior parte do MP/SP, mas também dos MP's de outras unidades da Federação, sobre a atuação integrada da Instituição no combate à corrupção e improbidade empresarial e administrativa. Flávio Antonio Moreira Leal, do escritório Mattos Muriel Kestener Advogados, palestrou ontem na Fenalaw, no fórum de pequenos e médios escritórios. Na ocasião, foi abordado o tema "Organização e Métricas na Gestão das Informações para Garantir Sinergia entre Todas as Áreas do Escritório : Fluxo Correto de Dados e Procedimentos com o Objetivo de Desenvolver Negócios". Salim Saud, sócio do Tauil & Chequer Advogados, integra a coordenação do curso de "Compliance" da FGV - RJ. O curso aborda aspectos penais da legislação anticorrupção, compliance como instrumento de governança corporativa, delação premiada, gerenciamento de crises, investigações internas, lei anticorrupção (lei 12.846/2013), o FCPA e outras legislações anticorrupção estrangeiras, processos sancionadores e acordos de leniência e programas de compliance.